Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Joel Neto, retirado do Diário de Notícias.
O primeiro Lado B, novo programa de Bruno Nogueira na RTP1 (domingos à noite), teve coisas que correram bem e coisas que correram mal. As piadas em torno da solidariedade para com a Madeira correram bem. A entrevista a Manuel Pinho correu mal. A veracidade da bofetada de Tânia Ribas de Oliveira correu bem. A rábula da leitura da pressão arterial correu mal. A entrevista a Ricardo Araújo Pereira, apesar de alguns momentos mecânicos, correu bem. O segmento com o pagador de promessas, embora a espaços curioso, correu mal.
É sempre assim com os novos formatos. E, como sempre acontece com os no-vos formatos, urge agora amadurecer. A atmosfera ge-ral, por exemplo, não facilita o êxito do programa. Meio Late Night (de Conan O'Brien) e meio Cabaret da Coxa, com um ou outro momento de Portugal no Co-ração, Lado B acaba por ser demasiado parecido com 5 para a Meia-Noite, com a grande diferença de que tem uma banda residente que to-ca música tonta. Leva o humor um bocadinho ao limite, mas deixa as entrevistas a meio (não se pode convidar Manuel Pinho sem clarificar a fundo a cena dos "corninhos" ou a frase de Sócrates sobre a tia de Louçã). E, entretanto, corre riscos desnecessários, como aconteceu com a colagem aos Gato Fedorento na entrevista fictícia a Marcelo Rebelo de Sousa, aliás menos divertida do que o modelo original de AP&Companhia.
De resto, subsiste o problema do ritmo, recorrente no universo do talk show português. A RTP1 não é a SIC Radical. E, como os próprios Gato Fedorento provaram, quando se trata de um canal generalista a falta de ritmo pode não impedir o sucesso, mas apenas se o sucesso vier de trás. Bruno Nogueira não tem esse passado.
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