Fecho

Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias.
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Goucha é um homem raro

A atitude de Manuel Luís Goucha, quinta-feira na SIC, é um exemplo de como a televisão concorrencial pode ser um mundo civilizado, em que as pessoas se respeitam e se estimam. Para quem não sabe do que falo, aqui vai explicação: na quinta-feira, o programa Companhia das Manhãs, apresentado no canal de Carnaxide por Rita Ferro Rodrigues e Francisco Menezes, comemorou a centésima emissão. Ora acontece que Goucha (TVI) aceitou gravar um depoimento elogioso ao programa concorrente. Não só aceitou, como aproveitou o momento para declarar a sua admiração por Menezes e a sua amizade por Rita. E fê-lo da forma mais simples que alguém pode fazer: com clareza, com elegância, com grandeza.

Manuel Luís Goucha é um caso pouco frequente no palco mediático português. É persistente, é trabalhador, é versátil, é competente, não se mete em tricas com ninguém. É uma vedeta sem ter tiques de vedeta. Atende os telefones, fala aos jornalistas, percebe o nosso trabalho, sabe que deste trabalho conjunto se consegue o nosso e o seu sucesso. E, depois, é um homem que não se mete em bicos de pés. Sabe que tem estatuto, sabe que esse estatuto exige respeito, mas dá-se ao respeito. Quando quis abrir a porta da sua intimidade, abriu para revelar o que quis revelar. Com a dignidade que aqui assinalámos. Depois, encerrou o assunto. Quem achou que, com esse gesto, ele abriria a sua caixa de Pandora, enganou-se. Goucha mantém-se hoje igual, seleccionando as suas aparições públicas e os palcos onde se movimenta. Solidário, fraterno, adulto, Manuel Luís é um homem raro. E isso merece reconhecimento.