4 de fevereiro de 2010

Fecho

Boa noite. O Fecho de hoje inclui uma crónica da autoria de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias.
Mar crespado em Carnaxide Na novela Mário Crespo já muita coisa foi escrita, mas a sensação que tenho é que ainda há muita por revelar. A questão substantiva (o jornalista é ou não um "assunto para resolver") é, naturalmente, a mais discutida, mas, no contexto desta página, há outro ângulo, ainda pouco explorado, e que me faz confusão: a forma como a SIC conduziu este processo.

Na mesma empresa coexistem duas versões da história: uma, a de Mário Crespo, que diz ter fontes credíveis que lhe relataram um dado episódio, e outra, a do "executivo de TV", que entretanto se percebeu ser o director de programas, Nuno Santos, que, de viva voz, desmente a versão relatada, contrapondo a sua verdade, onde ele próprio foi interveniente. A questão é esta: tendo passado dois dias sobre a revelação da identidade do "executivo de TV", já toda a gente com responsabilidades na SIC saiu a terreiro para prestar solidariedade a Mário Crespo. É impressão minha ou isso significa que, entre uma e outra versão, os responsáveis da estação apressaram-se a validar claramente um lado? Será que num afã de reclamar a sua independência, ao género "a nós ninguém nos cala", a SIC preferiu apoiar uma versão e tirar o tapete a Nuno Santos, um alto quadro da empresa, deixando-o numa posição desconfortável? O comunicado enviado ontem à noite às redacções, redigido por Mário Crespo, depois de uma reunião com Nuno Santos e mediada por Luís Marques, é um sinal de armistício e de pacificação da família SIC. Mas as perguntas que aqui deixei mantêm-se pertinentes: por que foram precisas 48 horas para valorizar mais o que os une do que o que os separa.

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