22 de novembro de 2009

Fecho

Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias: Às 21:00, saiba quem é o Protagonista da semana!


O que vêem as elites

A SIC é a estação mais penalizada pela erosão da televisão generalista, em detrimento do cabo. Ainda que essa transferência de públicos seja relativamente transversal, ela é cada vez mais intensa nas classes socioeconomicamente mais favorecidas, as ditas classes A e B (alta e media alta). Gente que cada vez tem menos paciência para novelas, concursos e séries portuguesas de fraca qualidade, com guiões previsíveis e sem ponta de originalidade. Gente que exige informação bem feita, com análise credível, como as que encontra na SICN, RTPN ou, pronto, conceda-se, na TVI24. Ou que opta por séries de qualidade internacional como as que passam nos Fox ou no AXN. Ou que não perde talk shows e formatos norte-americanos, como os da SIC Mulher, MTV ou SIC Radical.

Entre Janeiro deste ano e o dia de ontem, a percentagem de espectadores das classes A e B que prefere os canais de cabo cresceu 5,5 pontos percentuais (era de 26,6 no início de 2009 e está agora nos 32,1%). Entre os canais generalistas de sinal aberto, a SIC é a que mais perde. Enquanto a RTP mantém-se nos 21% de quota de mercado (com uma descida de 2,5 pontos nos meses de Verão) e a TVI navega nos 19,5%, a SIC cai 4,8 pontos. Tinha 22,4 pontos em Janeiro e está agora nos 17,6.

Sejamos, porém, claros. As elites não são os espectadores preferenciais dos canais comerciais, nem são eles, aliás, que dão vitórias. Veja-se o caso da TVI, que teve a sua audiência quase sempre ancorada nas classes C e D (média-baixa e baixa) e não é por isso que não é líder.

PS - Voltarei em breve a esta análise segmentada de audiências. Interessante para quem quer "ver" televisão para lá da espuma dos dias.

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