O problema de fundo, em relação aos debates televisivos em agendamento para o próximo período eleitoral (e para outros), não é o modelo em causa. O problema de fundo é que um partido (qualquer que seja, sendo que neste caso se trata do partido do Governo) tente impor um modelo, que os jornais noticiem tranquilamente que um partido impôs um modelo e que a televisão venha aceitar esse modelo.
Voltemos ao básico, por favor. O compromisso de um órgão de comunicação social é para com o público, não para com os partidos políticos. No que diz respeito aos partidos, a única coisa que obriga os órgãos de comunicação social é a lei sobre direitos de antena. De resto, a existência ou não de debates deve ser decidida em função do interesse dos leitores, dos ouvintes e dos espectadores, não do interesse dos partidos.
Esse é o problema de fundo - e é objectivo. O problema de superfície é outro - e é subjectivo. Há quatro anos, não era preciso que o PSD debatesse com os restantes partidos da oposição, pois não se tratava de forças potencialmente em confronto. Este ano, o PSD parece discutir o resultado - e, portanto, devia poder debater com os chamados "partidos pequenos", não só com o PS. E não porque o PSD quer: apenas porque a única ferramenta que as televisões têm para avaliar os desejos do seu público (as sondagens, no caso as políticas) dizem que essa é uma das comparações que esse público, enquanto eleitor, precisa de fazer.
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