3 de junho de 2011

Fecho


Em fecho, esta quinta-feira, mais uma crónica de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias.

Futre, 'el actor'

A verdade é esta: há séculos que não via os meus amigos sportinguistas tão contentes. Um deles, reconhecido pelo seu humor, explicava-me um destes dias porquê. "Há muito tempo que não conseguíamos uma vitória destas!" Franzi o sobrolho: estaria ele a falar da vitória em Braga, que garantiu a Couceiro o terceiro lugar no campeonato, há quase um mês? Estaria a falar de Domingos, que finalmente confirmou a sua transferência para Alvalade? Que não, explicou. O seu orgulho não tinha nada a ver com futebol. "Há muito que o meu clube não gerava um talento tão grande", disse-me, apontando para a uma foto de Paulo Futre, ao lado de Bárbara Guimarães, nos Globos de Ouro. Ri e concordei, apesar de ser dos que já deitam Paulo Futre pelos olhos. Por estes dias, aliás, só Futre consegue rivalizar com Sócrates, Passos e companhia. Acende-se a televisão e está Paulo Futre a ser entrevistado, abre-se uma revista e há uma crónica de Paulo Futre. Acede-se a um site e lá está Paulo Futre a posar para uma foto. Só me falta, enfim, chegar a um bar, pedir um Licor Beirão e sair-me o montijense detrás do balcão.

Nunca Paulo Futre, que arrumou as chuteiras há quase década e meia, pensou que pudesse voltar à ribalta mediática. Uma desastrada conferência de imprensa, durante a campanha eleitoral para o Sporting, devolveu-lhe o protagonismo que perdeu quando a sua genial carreira caminhou para o ocaso.

Produto de marketing da nova geração (impulsionado pela televisão mas gerado pelo poder viral das redes sociais), Futre parece que está para ficar. Como o DN revela hoje, acaba de assinar pela SIC, onde vai ser "actor".

A "culpa" é de Dias Ferreira. Nunca um derrotado deu tanto que falar...

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