O Último Telejornal
1. Os telejornais do futuro não serão como o Jornal das 8 (TVI). Com a morte da TV generalista, situada à distância de uma geração para nós e a menor distância ainda para outros povos ocidentais, a informação ficará reduzida quase em exclusivo aos canais temáticos - e os telejornais das estações informativas manter-se-ão tendencialmente sóbrios, sem grandes ansiedades de entretenimento, e apenas aqui e ali "espectaculares", para assinalar a passagem de determinado evento ou efeméride. No fundo, o Jornal das 8 é um telejornal do passado (ou a caminho disso). Neste contexto que (ainda) temos, porém, funciona bem. Tem quase tudo lá dentro: segmentos mais aparatosos, segmentos mais circunspectos e segmentos mais magazinescos - e, no fim, nem sequer se preocupa em forçar a nota da independência perante José Sócrates, o Governo cessante ou mesmo o PS, o que seria a pior maneira de contestar as críticas de Manuela Moura Guedes. É um bom telejornal, o que, tendo em conta o facto de serem oito da noite e haver um símbolo da TVI no canto superior esquerdo do ecrã, já tem o seu significado. Um dia, teremos saudades destes modelos.
2. Nenhum adepto de House M.D. estranhará que se comece a falar no fim da série, tão grande tem sido a erosão verificada, ao longo destes anos, no carisma da sua personagem central. Bem vistas as coisas, tudo tem um fim. Saúde-se, no entanto, a súbita inversão de trajectória narrativa operada ao longo desta sétima temporada, incluindo a zanga com Cuddy e o regresso ao vício do Vicodin. Afinal, Gregory House apaixonado, livre das drogas e preocupado em fazer a coisa certa não era Gregory House.
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