31 de março de 2011

Falar Televisão


A televisão pós-moderna

Muito se tem visto ao longo dos últimos anos em torno da televisão nacional. Vai já longe o tempo em que as famílias se reuniam em volta da televisão para ver o Festival da Canção ou acompanhar A Volta à França em Bicicleta. A televisão evoluiu em conjunto com uma sociedade que se apresenta cada vez mais exigente e onde a guerra das audiência leva a melhor. A questão que se impõe é, onde é que tudo isto vai culminar? Para onde nos dirigimos? Até onde seremos capazes de ir para aparecer no top dos dados audiométricos? 


A grande aposta do momento divide-se em dois potenciais produtos: ficção e reality-show. Ainda que este último tenha vindo a ganhar terreno, a ficção continua a ser a grande aposta audiométrica, já que o público parece não aborrecer-se com as sucessivas produções que têm vindo a ser feitas. Mas inovar é preciso, porque o público nunca está satisfeito, e é por isso que surgem novos enredos, com temáticas mais alargadas (para lá do rotineiro romance que culmina num final feliz) e com novas técnicas de produção. Surgem as séries, que em Portugal parecem estar ainda numa fase primordial, com a aposta em minisséries que têm trazido pouco sucesso face à habitual telenovela. Mas a aposta continuará e como em tudo na vida, o "povo" é quem mais ordena, e quando o "povo", que aqui se nomeia enquanto público, decidir que é o bastante, tudo perde efeito.

O reality-show aparece em Portugal pela primeira vez ao virar do século com Big Brother, na TVI. Uma autêntica revolução, diria. Ninguém se atrevia a não tomar conhecimento das novas zangas, dos novos atritos, do resumo do dia daquelas que se tornaram "estrelas à força". Estava criado o novo produto do século em Portugal, o reality-show! Outros se seguiram e o sucesso manteve-se, inovou-se com a ideia de colocar famosos em situações menos confortantes e chegamos aos dias de hoje, em que mais uma vez se aposta no mesmo com um pedacito de inovação. Gera-se agora o conceito de docu-reality, um programa com todo o fundamento de um qualquer reality-show, em que um conjunto de pessoas é forçado a viver situações que não lhes são comuns, ao qual se alia uma vertente documental, que pretende para além de entreter, educar! 




O futuro está em aberto e criatividade é o que não parece faltar ao ser humano, que se apresenta como um ser nunca saciado e sempre com vontade de mais e mais, não existindo qualquer limite para este desejo incontrolável. E na televisão? Até que ponto chegaremos? Até onde serão ultrapassados os valores outrora defendidos?


O que acha? Qual é a sua perspectiva da televisão pós-moderna?

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