26 de fevereiro de 2011

Fecho

Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.


JAC e a TVI

À hora a que escrevo, não está ainda confirmada a transferência de José Alberto Carvalho (JAC) para a TVI. Mas está já provado que, com ou sem intenção de roubar o director de Informação da RTP, Queluz percebeu que se impunha, por esta altura, dar ao mercado um sinal de vitalidade. Perante uma queda de 30% nos lucros da Media Capital, e vista a sua própria dificuldade em encontrar um novo director de Programas, João Cotrim de Figueiredo não só ataca no campo do adversário como vai em busca de uma estrela de dimensão única na televisão nacional.


O problema é que entre o modelo de sucesso da TVI e o estilo de José Alberto Carvalho vai uma distância grande. Independentemente do conforto que a posição de funcionário público lhe permitia, com as suas diuturnidades e a sua escassa mobilidade e a sua monitorização benigna, José Alberto Carvalho assumiu, nos últimos anos, uma série de posições em defesa do "jornalismo ideal", feito de deontologia mais do que de mercado. E o facto é que, na TVI (embora não só na TVI), o mercado está acima de qualquer outra coisa, tanto na programação como na própria informação.


A transferência significaria uma de três coisas: que José Alberto Carvalho levaria a uma inflexão no modelo da TVI (hipótese óptima, mas difícil); que a TVI levaria a uma inflexão do estilo de JAC (hipótese péssima e talvez igualmente difícil); que JAC e a TVI encontrariam um ponto de equilíbrio entre os dois, gerindo-o a contento próprio e dos telespectadores (hipótese razoável, mas a mais difícil de todas). No deve e haver, a solução seria provavelmente, e do ponto de vista operacional, medíocre. Mas, de novo, o soundbyte seria excelente - e, na TVI (embora não só na TVI), o soundbyte às vezes é tudo.


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