Quase uma década e meia depois de ter sido produzida pela Endemol para a SIC, Médico de Família continua a ser a mais bem sucedida série longa de ficção feita em Portugal. Ontem, num gesto de nostalgia, tropecei num episódio disponível na Internet. Fiquei agarrado. Vi os primeiros dez minutos de um vídeo no YouTube. Vi os segundos, e os terceiros. Enfim, vi um episódio inteiro.
Médico de Família marcou uma época, criou o slogan "A vida tal como ela é" com que tantas vezes somos confrontados hoje em dia, a propósito de outros projectos. Foram 118 episódios, transmitidos religiosamente à quarta-feira, num tempo em que esperávamos pelo dia certo para vermos o programa desejado na televisão.
O segredo de Médico de Família é o mesmo de sempre, nem mais nem menos. Um bom texto (quotidiano, mas verídico, factual, capaz de encontrar pontos de contacto com a vida dos espectadores), um lote de valiosas interpretações (foi lá que vimos pela primeira vez nomes como Fernando Luís, Leonor Alcácer, José Boavida, Maria João Abreu, Sara Norte, entre outros), uma presença familiar em nossa casa, como não me lembro de outro produto de ficção ter conseguido em Portugal.
Não deixa de ser curioso que as duas mais importantes séries longas de ficção exibidas em Portugal no tempo da "democracia televisiva" sejam originais espanhóis: Médico de Família e Conta-me como Foi. A última, felizmente, já está em DVD. Será que não é possível, comercial e juridicamente, ficarmos em casa com o célebre "Oh troilaré, oh troilará, vieste para mim, vieste para cá"? Eu compro, prometo.
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