21 de fevereiro de 2011

Fecho

Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias.


Ele e elas

1. Margarida Carpinteiro faz em Laços de Sangue um dos melhores papéis da sua vida. É importante dizer isto. Porque é justo. A actriz é esquecida habitualmente quando se fala do lote de grandes actrizes portuguesas. Porque não vai a festas, porque raramente dá entrevistas, porque já não tem 30 anos, porque não se lhe conhecem aventuras e desgostos amorosos, porque, enfim, não preenche aquilo que, por estes dias, parece ser uma matriz absolutamente necessária para ser mediática. Margarida Carpinteiro, que eu e todos os da minha geração começámos por ver como partenaire de Herman, é uma actriz muito mais completa. Tem espessura, tem alma. E isso nota-se à légua na novela da noite da SIC. O drama e a dor que aquela mulher transporta no peito só nos toca a nós porque há verdade naquela interpretação. E isso deve ser dito.


2. Cuidado com Elas, cuja segunda emissão vamos poder ver hoje à noite na SIC, é um simples programa de apanhados. Ou melhor, é apenas mais um simples programa de apanhados. E é por isso que não tem história nem ficará na história. A SIC sabe isso muito bem e, por isso, não se esforçou muito por promover o produto. Nem na grelha nem na forma como o comunicou com os jornais e revistas que acompanham habitualmente o fenómeno televisivo. Na última década já passaram pela televisão portuguesa uma dezena de formatos do género. Com anónimos, com famosos, com futebolistas, com estrelas da TV. O trunfo dos apanhados é ser uma surpresa. Para os incautos que caem na esparrela, claro, mas também para os espectadores. Neste caso, já não há surpresa nenhuma. "Elas" não estão mal, mas já ninguém lhes liga nenhuma...


Nenhum comentário: