6 de fevereiro de 2011

Fecho


Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.

Que pena, Fátima

Uma entrevista de Fátima Lopes ao portal Sapo Fama, publicada aqui há dias, veio colocar em perspectiva a actual relação entre a TV nacional e o género do reality show. Dizia Fátima há mais de dez anos, nomeadamente depois do arranque da primeira edição de Big Brother, que dificilmente apresentaria um produto da televisão- -realidade, uma vez que sentia preconceitos (sic) em relação à dita. Pois agora mudou de discurso.


"Já tinha percebido, com os anos, que é possível fazer qualquer formato com dignidade, classe e profissionalismo. Não é por ser um reality show que nos cai uma perna, nem deixamos de ser os profissionais que somos. Temos é de fazer bem feito e com enorme respeito por quem está lá dentro", diz. Ora, se as palavras fossem proferidas por uma qualquer antiga estrela entretanto esquecida, e, portanto, determinada ao que fosse preciso para regressar à primeira linha, era uma coisa. Pelo contrário, o que encontramos é uma apresentadora na crista da onda - não só em resultado da megatransferência de 2010 como em resultado da saída de Júlia Pinheiro da TVI já em 2011 - a rever por completo a sua posição.


Ou seja: o reality show virou uma simples rotina - e nem a maior estrela do canal líder de audiências pode já dar-se ao luxo de continuar a desdenhar dele. Fátima Lopes há-de provavelmente apresentar a próxima edição de Casa dos Segredos. Aparentemente, aliás, está não só em paz mas também feliz com a ideia. E, porém, terá ajudado, com isso, a que a bitola da televisão nacional voltasse a descer mais um bocadinho. "Todas as semanas um bocadinho mais abaixo" - eis o que parece ser o slogan da nossa televisão generalista.


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