9 de novembro de 2010

Falar Televisão


O tempo das vacas gordas

É curioso verificar os investimentos da estação de Queluz de Baixo,na área da ficção. Se, no passado, eram transmitidas três novelas no horário nobre, a série Morangos com Açúcar e, ao fim-de-semana, séries dedicadas a um público mais jovem, actualmente, estas últimas deixaram de ser produzidas. Clube das Chaves, que chegou a ser transmitida em horário nobre, Bando dos Quatro, Inspector Max e Detective Maravilhas, foram algumas das produções que o canal da Media Capital chegou a investir para agradar a gregos e a troianos. Era o chamado tempo das vacas gordas, que muitos profissionais de televisão recordam com saudade. Nessa altura, não se contava a dedo os investimentos publicitários, ou os salários dos actores. O que interessava, na verdade, era diversificar os projectos de ficção.


O que actualmente podemos reparar é a seguinte situação: a adaptação de livros para séries deixou de ser proveitosa para a estação de Queluz de Baixo (se é que alguma vez o foi). No fundo, era apenas uma forma de investimento totalmente desnecessária, tendo em conta os tempos que agora vivemos. Para quê contratar actores mais novos, apostar em alguns com experiência, e perder tempo a produzir mais séries dedicadas a um público infanto-juvenil? Verdade seja dita, a TVI, se o fizesse agora, iria lucrar tanto como lucra agora. Logo, mais vale transmitir, infelizmente, os inúmeros episódios repetidos de Inspector Max, ou Bando dos Quatro, nas manhãs de sábado e domingo.

Para quê gastar dinheiro? Os tempos das vacas gordas já passaram há alguns anos. A crise afecta tudo e todos e, talvez, nos próximos tempos, a televisão deixe de ser tão proveitosa como no passado. Logo, é preciso contenção, por mais implicações negativas que este conceito traga, naquilo que se produz.

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