Boa noite. Fechamos o último dia de Setembro com a habitual crónica retirada do Diário de Notícias e que conta hoje com a autoria de Nuno Azinheira.
Jornal ginasticado
Que desconto na mensalidade do Holmes Place estão a conseguir os colaboradores da SIC pelos 20 minutos de publicidade que a estação fez à cadeia de ginásios em pleno Jornal da Noite? É esta a pergunta que, por estes dias, corre na Internet, em blogues e redes sociais. É justa esta apreciação ética e de carácter aos profissionais da SIC? Não. É justificada? É.
Um telejornal é um espaço nobre de informação, não é um programa de variedades. Com o relevante pretexto jornalístico da polémica em redor de Elena Miró, excluída do desfile da Moda Milão, a SIC decidiu fazer um especial sobre saúde e beleza no seu jornal. E para isso enviou a sua principal pivô, Clara de Sousa, para o Holmes Place de Miraflores. O cenário estava montado, com cartazes com o logo da cadeia colocados estrategicamente, e 20 minutos de conversa em directo. Porquê apenas o Holmes Place? E o Solinca? E o Soleil? E o Clube VII? E o Club Fit? E o Ginásio Clube Português?
E porquê Clara de Sousa? Ela costuma fazer reportagens no Jornal da Noite? Só um inocente achará que a escolha de Clara, excelente pivô e jornalista bem preparada, foi por acaso. E não é a mesma coisa, em termos de mensagem, ter em directo Clara de Sousa do que ter Luís Garriapa, Bernardo Ferrão ou Joana Latino, com todo o respeito.
Que Júlio Magalhães, director de Informação da TVI, peça em directo um aplauso ao Continente, do Eng. Belmiro de Azevedo, por ser patrocinador da gala da TVI, já é suficientemente estranho para um profissional com as suas funções. Agora que a SIC, que sempre criticou estas ligeirezas da concorrência, opte pelo mesmo caminho parece-me mais grave.
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