Boa noite. O Fecho de hoje incluí mais uma crónica de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.
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6 Biliões como Tu (RTP2, vários horários) tem um defeito irritante: ao contrário do que pensam os tradutores da RTP - e do que pensará a própria estação -, a expressão six billion (de Six Billion Others, título original em inglês) não é traduzível por "seis biliões", mas por "seis mil milhões". Segundo a RTP, pois, o mundo não teria cerca de seis mil milhões de habitantes, como tem, mas mil vezes isso, o que, a ser verdade, tornaria urgente a colonização de todos os planetas do sistema solar (inclusive Plutão, resgatado in extremis à modesta cintura de Kuiper).
De resto, porém, são só quase vantagens. Eu, como espectador, não me importaria de ver, junto a cada entrevistado, uma pequena ficha, incluindo nome, idade e (talvez) profissão. Mas percebo a ideia de Yann Arthus-Bertrand, o autor e realizador do projecto: indicar dados desse tipo já seria fechar o ângulo, condicionando-nos a identificarmo--nos mais com esta ou com aquela visão do mundo, apenas porque se trata de um tipo da nossa idade, do nosso ramo de actividade ou até com o mesmo nome que nós - e a ideia, ali, é a universidade (ou aquilo que, nos quatro cantos do mundo, serve de rebuscada caixa de ressonância aos nossos próprios anseios e às nossas próprias angústias).
Os meios, técnicos e humanos, são poucochíssimos: uma câmara e um cenário neutro, um tradutor para legendar as entrevistas e, finalmente, um editor com uma mesa de montagem. As perguntas são tão simples como isto: "Qual foi a coisa mais bela que já lhe aconteceu na vida?", "É feliz?", "Qual é o seu maior sonho?" ou "O que é a felicidade?". Anónimos do mundo inteiro respondem a essas perguntas. É simples - e é brilhante.
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