Boa noite. O Fecho de hoje incluí mais uma crónica da autoria de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.Às 21:00, a edição desta semana do SÓ Séries entra em linha.
1. O cancelamento de uma cena com um beijo homossexual em Morangos com Açúcar (TVI) foi, em si, um facto. A emissão desse beijo teria sido muito mais pacífica. Bem podem as associações pró-direitos dos gays, portanto, celebrar a decisão do canal. De resto, mais dia menos dia, o beijo homossexual chegará inevitavelmente à televisão nacional - e, a partir daí, será tão vulgar que apenas voltará a ser notícia quando passar a haver pelo menos uns cinco por dia em cada canal. Não foi assim com o sexo também?
2. A Entidade Reguladora para a Comunicação Social chegou à conclusão de que o cancelamento do Jornal Nacional (TVI) foi "significativamente influenciado pelos administradores da Media Capital, especialmente os que aí representavam o grupo Prisa". Parece-me normal: as decisões sobre a continuidade de um espaço informativo devem caber à direcção de informação, mas mau seria se a uma administração não pudesse ser reconhecido o direito ao menos a uma opinião sobre um telejornal que marca tão indelevelmente a imagem de um canal (e de uma empresa), como o Jornal Nacional marcava. É suposto um administrador ver a casa a arder e não poder alertar o director de operações para o facto de o fogo estar a chegar às alcatifas?
3. Dizem os últimos estudos de audiência que o Euronews ganhou em 2010 cerca de 900 mil espectadores, dispondo agora de um total de quase sete milhões. Continua a ser pouco. E a má notícia, para os seus promotores, não é sequer que o canal seja malfeito: é que se dirige a uma população (os "europeus") sem uma identidade. Até pode vir a ser o melhor canal do mundo que, enquanto tivermos esta Europa, o Euronews não será mais do que um canal de zapping.
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