Boa noite. O Fecho de hoje incluí mais uma crónica da autoria de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias.Às 21:00, saiba qual o Protagonista da semana!
A partir das 22:00, não perca o resto da rubrica O Melhor & Pior da Semana!
Fui alertado por um amigo - e, ainda que parecesse mentira, não era. O Eurosport estava de 
facto a transmitir o Campeonato Nacional Americano (ou World Series) de Pedra-Papel-Tesoura. E não estava a transmitir um resumo: estava a transmitir a competição inteira. E não estava a transmiti-la em silêncio: estava a transmiti-la com comentador e tudo. E o comentador não estava a ser irónico: efectivamente vibrava com o evento. E as presentes na plateia não estavam a brincar, tipo público dos concertos de José Cid: vibravam quase tanto como o comentador português.
Em causa estava um prémio de 50 mil dólares. Os candidatos iam-se eliminando, à procura de um lugar na final. Para quem não conhece, Pedra-Papel-Tesoura é a versão americana do nosso Par-ou-Ímpar. A pedra estraga a tesoura, o papel embrulha a pedra, a tesoura corta o papel. E ali estavam os "jogadores", frente a frente, batendo três vezes com o punho direito fechado na palma da mão direita e logo o transformando numa de três coisas: uma mão cerrada (pedra), uma palma aberta (papel) ou o indicador e o médio abertos em V (tesoura). Nos intervalos, e em spots de aspecto seriíssimo, descreviam a sua preparação para o evento, tanto psicológica como (imagine-se) física.
Sim, é verdade: já tínhamos o curling. Sim, é verdade também: já tínhamos O Homem mais Forte do Mundo, o futebol para robôs e tantos outros absurdos que, mal servindo para entreter um grupo de amigos num sábado de ócio, jamais poderiam dar um programa de televisão (e menos ainda uma "transmissão desportiva"). Pedra-Papel-Tesoura, porém, é de mais. Apenas isso: inútil de mais, ridículo de mais, deprimente de mais. Onde andam os Gato Fedorento?
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