O Protagonista

Boa noite. Seja bem-vindo ao Protagonista desta semana.

Quem ocupa a cadeira central de hoje nesta rubrica? Quem é destacado, ou o que é destacado? Após dez anos desde que foi para o ar a primeira edição, foi noticiado pela TV Guia que Big Brother está de volta em Setembro, O Grande Irmão.


Quem não se lembra do confessionário, e dos milhares de beijinhos que os concorrentes mandavam aos seus entes queridos? E as discussões que muitas vezes se desenrolavam na casa mais vigiada do país?
Indepentemente do sucesso que cada concorrente alcançou "depois do BB", todos eles, e tendo por base entrevistas, assumem que gostariam de voltar a participar, e de reviver todos os momentos por que passaram. De facto, deve ser uma experiência única.
Mas será que hoje este reality-show conseguia fazer o sucesso da primeira e segunda edições? Será que conseguirá parar o país? Ou melhor, será que o país está preparado para uma nova edição do concurso? Os tempos são outros, o pudor é inferior, a busca pela fama é cada vez maior e os princípios e valores para a alcançar são praticamente esquecidos.

Coloco ainda outra questão: afinal porque decidiu a estação de Queluz de Baixo lançar o Big Brother na próxima reentré? Para combater Ídolos na SIC? Para ter uma alavanca para as suas novelas? Sim, porque no passado existia um edição diária do reality-show, com um resumo de tudo o que os concorrentes faziam ao longo do dia. Ou para pura e simplesmente diversificar a grelha, e receber daí os seus frutos?

No que toca a aspectos que necessitavam de ser melhorados, confesso que a TVI deveria ter cuidado com os comportamentos dos concorrentes. Obviamente que a estação de Queluz quer os que sejam mais polémicos, de modo a obter o máximo de audiência possível. Mas será que esse é o melhor caminho? Será que o seu público, principalmente o mais velho (o maior consumidor de novelas) aprova tal atitude? Ponho-me no lugar da minha avó, na cama, a ver três rapazes a pedir cinco ou seis caixas de preservativos, e ainda uma tenda para a masturbação. O que é que ela pensa? "Que pouca vergonha Diogo, já viste? Vou mas é ver o concurso do primeiro canal".

Acima de tudo é necessário existir uma boa selecção de imagens, de maneira a não se cair no comum, naquilo que "não parece bem". Ir buscar o sentimento do amor e da amizade, em lugar do sexo.
Responde o leitor: "Mas isso não dá polémica". E eu digo: "Pode não dar, mas não é por isso que não se cria uma interacção com o público. Por algum motivo o Zé Maria venceu a primeira edição do Big Brother: não era polémico, mas sim humilde e trabalhador".

É neste que sentido que se pede à TVI, e a André Cerqueira que tenham cuidado, cautela e preocupação com a susceptibilidade dos telespectadores, e que pensem que os tempos são outros.
São poucos aqueles que não dizem que têm saudades do Big Brother. Como tal, penso que a estação de Queluz de Baixo deveria ter este aspecto em conta e, como já referi, não cair no fácil, ou seja, na busca de tudo o que é "palavrão", sexo e "ordinarices". Só assim se vai conseguir uma unanimidade entre todos, incluindo os críticos de televisão. E isso é fundamental.