14 de junho de 2010

Frente a Frente

Boa noite. Seja bem-vindo ao Frente a Frente desta semana. João Baião e José Figueiras estão em duelo!

As minhas memórias de João Baião remetem-me para o Big Show SIC. Era eu uma criança e lá estava sempre a ver os seus pulos, as suas gargalhadas, a sua enorme energia de palco, aos sábados de tarde. Recordo-me de a minha mãe dizer que “aquele homem não para!” Este foi, sem dúvida, o programa que marcou a carreira de João Baião. Quem o vê hoje brilhar na RTP, nunca se esquece dos tempos do Big Show SIC.


Depois deste formato, o apresentador ainda apresentou outros na estação de Carnaxide, como Campeões Nacionais ou A Culpa é do Macaco, entre outros. Mas, o ciclo no terceiro canal chegou ao fim, e, depois de uma curta passagem pela RTP, no passado, o então director de programas do canal do estado, Nuno Santos, resgatou-o. Uma excelente opção por parte do agora responsável máximo da SIC, que conseguiu a proeza de devolver o êxito à carreira de João Baião.

Hoje, ele é uma das figuras máximas da RTP. Conduz as tardes da estação, com Tânia Ribas de Oliveira, naquela que é uma das melhores duplas da actualidade na televisão portuguesa e, apesar de não ser líder, não baixa os braços e tenta sempre mais. A par de tudo isto, é ele, na maioria das vezes, o escolhido para apresentar emissões especiais do canal, como por exemplo o Mega Pick Nick Modelo, Força Portugal ou Verão Total, entre muitas outras. É aqui que vemos a sua genuidade. O quanto gosta do contacto directo com o publico, o quanto puxa por quem está na assistência, a alegria que é para ele apresentar um programa.


Neste aspecto, ele é o melhor. Não tem medo de pular, rir, brincar, fazer “palhaçadas”, não receia aquilo de que muitos colegas têm medo: cair no ridículo. Até porque esta é a sua natureza, ele está sempre a manifestar felicidade, mesmo quando, por vezes, a vida não corre bem, o que já deverá ter acontecido por diversas ocasiões. É na apresentação que João Baião se refugia, talvez para esquecer esses momentos menos bons. E, quem o vê, jamais imagina que ele não está bem. Muito pelo contrário, o apresentador está cada vez melhor.


Odiado por muito pouca gente, mas amado por meio Portugal, ele é João Baião, o verdadeiro animal de palco. Palavras para quê? Basta vê-lo na RTP, se ainda tiver dúvidas!




José Figueiras estreou-se na SIC em 1992, e por lá ficou até hoje. Se há alguns anos fazia parte da fila da frente da estação de Carnaxide, actualmente é apelidado de bombeiro. Pelas suas mãos já passaram a apresentação da metereologia, aquando dos primeiros anos de vida do terceiro canal, a condução de Ai os Homens, Paródia Nacional, Muita Lôco, Juiz Decide, Às Duas por Três, Big Show SIC, A Ganhar É Que a Gente Se Entende, SIC ao Vivo, entre outos. Actualmente dá vida a Alô Portugal na SIC Internacional, um programa dedicado aos lusos que estão espalhados por todo o mundo. O apresentador sente-se feliz por ter o privilégio de contactar com tantos portugueses, e de sentir o carinho que eles lhe transmitem diariamente.

No entanto, e na minha opinião, não chega. O amor à camisola que Figueiras tem pela SIC merece um programa na generalista. E é aí que entra a minha visão sobre as caras jovens. Sou muito a favor de se apostar em sangue novo para a condução de programas nos vários canais, constituir duplas imprevisíveis.


No entanto, quando vejo a RTP1 a colocar na apresentação de Projecto Moda a modela Nayma, ficou pensativo. Não deveria a estação pública apostar em Isabel Figueira ou Helena Coelho, parte da prata da casa? Para quê apostar numa mulher sem formação? Digo exactamente o mesmo na SIC - a constante aposta em caras jovens tem trazido problemas aos mais velhos. Porquê? Traduzo a razão num provérbio: "Quem muitos burros toca, algum fica para trás". Por outras palavras, quanto mais se procurar lançar actores, apresentadores, pivôs na televisão, muitos irão ficar de lado. A "caixinha mágica" que diariamente vemos é afinal um espaço pequeno para tantas pessoas, tantos profissionais que têm o dom de comunicar.


Daí achar que se tenha de ter cuidado na selecção de novos talentos, pois tais apostas têm repercussões nos mais velhos. José Figueiras é um exemplo de um pequeno "esquecido". Interrogo-me tantas vezes porque é que a SIC foi desencantar Francisco Menzes para a condução do Companhia das Manhãs. Eu acho graça às suas piadas, e considero que até tem jeito para apresentar, mas porque é que o terceiro canal foi buscar "mais um"? O talento dos que estavam na casa não chegava? José Figueiras era uma excelente opção. E não me digam que o público não gosta dele, pois não é verdade!


O apresentador do mítico concurso Ai os Homens merecia uma segunda oportunidade. O talento que tem é bastante superior ao de tantos outros que procuram vingar na comunicação. O seu olhar cativa o telespectador, a ternura das suas palavras sabem a veracidade, e a escuta do que os outros dizem soa a atenção. Para quê ir desencantar outros profissionais quando os que deveriam ser escolhidos para apresentar os novos programas estão na casa? É triste..
Acima de tudo desejo boa sorte ao nosso Figueiras, e que a SIC perceba que ele ainda tem muito a dar à estação!


Iniciado um novo Frente a Frente, damos por encerrado o anterior. Neste sentido, aqui fica o resultado da sondagem que opunha as opiniões Fernando Mendes/Nuno Graciano:

Fernando Mendes, por Tiago Henriques - 63%
Nuno Graciano, por Diogo Santos - 37%

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