14 de junho de 2010

Fecho

Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.
Às 21:00, o Frente a Frente desta semana espera por si!

Cavaleiros andantes

Há algo de profundamente desconcertante nos comentários de Luís Gonçalves da Silva sobre o arquivamento, pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social, da queixa apresentada por Mário Crespo contra o Jornal de Notícias (JN). Considera o membro do Conselho Regulador que é "abusivo" (sic) o arquivamento ser noticiado como unânime, uma vez que ele próprio, apesar de não ter comparecido à reunião em que a decisão foi tomada, é contra ela. Pois eu não vejo melhor razão para ter-se empenhado em ir à reunião - ou então para, caso a ausência fosse verdadeiramente inevitável, ter ao menos enviado uma mensagem aos restantes conselheiros, vincando a sua posição. De cavaleiros andantes incapazes de se chegarem à frente na hora certa, estamos todos cansados. E pior ainda andaria o país se, de cada vez que fosse necessário tomar decisão a sério, se tivesse de esperar que todos os nossos servidores públicos estivessem sentados no seu devido lugar. Como é que funcionava o Parlamento, por exemplo?


Não menos desconcertante, aliás, é a estranheza de Mário Crespo perante o facto de nenhum outro jornal o ter entretanto convidado para escrever crónicas, finda a sua colaboração com o JN. E mais desconcertante ainda é o argumento de que a sua coluna era interessante porque era "controversa". Se tem alguma relevância a decisão da Entidade Regulado- ra para a Comunicação Social sobre a queixa de "censura" que Mário Crespo apresentou, então o estardalhaço que ele fez foi uma deslealdade para com a direcção do JN. Ora, não pode surpreender ninguém que mais nenhum jornal esteja ansioso por ter um colaborador desleal. Eu, se fosse director de um, não estaria.

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