Boa noite. O Fecho de hoje incluí mais uma crónica da autoria de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.
Às 21:00, a Audimetria Semanal entra em linha. Até lá!
Enquanto os jornalistas se vão ocupando com festas e fotografias para as revistas, na presunção de que alguma coisa é preciso fazer para encurtar o caminho entre o seu trabalho e o coração do espectador, ouvinte ou leitor, profissionais de outras áreas vão ocupando um importante espaço que antes lhes pertencia: o da definição de tendências. E a prova mais cabal disso é o regresso ao mercado do Fizz Limão, o mui geracional gelado da Olá que Nuno Markl pediu aos microfones da rádio (e de que, aliás, se tornou já o rosto de promoção).
Não é preciso estar muito atento para percebê-lo: se antigamente qualquer departamento de relações públicas se pelava por captar a atenção de um jornalista, todos eles trocavam hoje a atenção de uma dezena de repórteres por um mimo apenas de um desses novos comunicadores que, não sendo apenas guionistas ou actores, viraram figuras maiores da cultura pop contemporânea. Hoje, um homem como Nuno Markl (ou Ricardo Araújo Pereira, ou José Diogo Quintela, ou Luís Filipe Borges) gostar de uma coisa e dizer que gosta dela vale mais do que uma dúzia de reportagens.
Com isso, os jornalistas deixam de estar sujeitos a pequenas tentativas de corrupção e libertam-se de qualquer tentação de violar o seu código profissional (nomeadamente com incursões mais ou menos dissimuladas na publicidade). Mas também perdem glamour, incluindo todos os instrumentos de comunicação que esse glamour lhes proporcionava. Pois deviam recuperar um pouco do velho jornalismo lúdico, à medida daquilo que as televisões e os jornais anglo-saxónicos souberam reinventar. Infelizmente, preferem aparecer na Caras, como se ainda estivéssemos nos anos 90.
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