Boa noite. O Fecho desta noite incluí uma crónica da autoria de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.
Não tem Q
Se há uma coisa passível de ser lamentada, no que diz respeito ao novo canal Q (a partir desta noite, na posição 15 do Meo), é a sua exclusividade num operador. Mais uma vez, e tal como aconteceu com o Canal Benfica ou a TVI 24, uma boa parte dos telespectadores é deixada de fora, com a única alternativa de contratar novo distribuidor (perdendo assim os canais exclusivos do distribuidor original). Por outro lado, as Produções Fictícias são uma produtora privada, a quem não se pode pedir que desmonte sozinha as idiossincrasias do sistema capitalista. Aguentemo-lo, pois.
Porque, de resto, são só vantagens. Não é verdade que tudo o que sai das Produções Fictícias seja bom: com a diversificação da oferta, a empresa de Nuno Artur Silva tem ligado o seu nome a um número crescente de flops, tanto em termos de público como em termos de qualidade. Mas trata-se, em qualquer caso, de uma plataforma única em Portugal para o exercício da criatividade. Aliás, se alguma vez for mesmo preciso dividir a história do humor português entre um "antes" e um "depois", a fronteira estará exactamente na criação das Produções Fictícias, de onde não só saíram os Gato Fedorento, como o Contra-Informação ou os textos para a melhor fase de Herman José.
E, entretanto, há o modelo interactivo do canal, que permite ao Meo mais um significativo salto no desenvolvimento da sua plataforma. Com o Q, a gravação simplesmente deixa de ser uma prerrogativa marginal para passar a ser uma opção tão lógica como o visionamento em contínuo. Daí que aquilo que se faz esta noite é também, de alguma forma, História. E é uma honra assistir à sua marcha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário