17 de março de 2010

Fecho

Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.
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Revolução Digital

Quem quer que se preocupe com este negócio - este mesmo de que o leitor acaba de tornar-se parte, ao comprar o seu jornal pela manhã - sabe-o bem: o futuro da informação escrita passa pela descoberta do modelo ideal para a rentabilização da Internet. Muita gente está a ganhar dinheiro com a Web, sim. Mas uma coisa são os projectos inovadores (que acabam sempre por rentabilizar-se), outra a distribuição fragmentada da oferta física previamente existente (que também já vai conseguindo fazer-se pagar) e outra ainda a venda regular de informação sólida e profissional antes circunscrita ao papel (que já encontrou vários caminhos para a sua reposição online, mas não a forma ideal para fazer-se cobrar por isso).


Até lá, e neste contexto em que nos sobra cada vez menos tempo para nos sentarmos a ler, o negócio dos jornais estará limitado. Mas não só o dos jornais: também o da televisão. Porque, a partir do momento em que a informação online deixar ser absolutamente gratuita, a própria TV dificilmente condescenderá com a vampirização de que é alvo neste momento. Primeiro facto: os cultos que vão sendo criados na Internet em torno de pequenos e grandes formatos televisivos, com programas inteiros colocados à disposição de toda a gente em sites como o YouTube, são óptimos para a divulgação da actividade televisiva. Segundo facto: essa disponibilização é quase sempre feita sem a presença dos anunciantes - e, à medida que for crescendo, tornará o negócio da televisão menos atractivo.


No que diz respeito à revolução digital, talvez não estejamos já na Pré-História, mas não estamos mais avançados do que na Idade Média. Interessantes tempos nos esperam.


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