Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias.
Às 21.00, não perca a primeira edição do "Protagonista do Ano". Fatal como o destino
Há coisas que nunca mudam. Não há Natal sem bacalhau, sem presentes e sem Natal dos Hospitais. O programa é igual desde a Idade Média, não tem um toque de originalidade. Ou seja, aquilo que nasceu de uma iniciativa benemérita do Diário de Notícias, como um jornal comprometido com o seu país, transformou-se numa preguiçosa inevitabilidade televisiva. É mais ou menos como o par de peúgas que recebemos todos os anos na noite mágica: é fatal como o destino.
O Natal dos Hospitais é tudo isso. E no entanto é o melhor, é o único, é o original, é a referência das galas de natal. É o "Telejornal" dos programas de entretenimento natalício. E dá audiências em barda.
Quando foi criado, a 23 de Dezembro de 1944 pelo Diário de Notícias, o Natal dos Hospitais era um projecto inovador, que visava dar mais ânimo aos "inválidos" (até a palavra saiu de moda) hospitalizados. Hoje tudo mudou. E apesar do intuito solidário da sua génese, apesar dos LCD que a Philips oferece aos hospitais, o Natal dos Hospitais tornou-se apenas mais uma forma de a RTP encher dez horas de programação em directo, com actuações musicais de artistas que sabem que aquele momento é um palco tão importante (pela nobreza do objecto social) que nem se atrevem a cobrar dinheiro à organização.
Não tenhamos dúvidas: o Natal dos Hospitais continua a cumprir hoje uma missão. Mas não é a mesma de há 60 e tal anos. Um episódio dos Malucos do Riso faria tanto pelos doentes acamados como duas Mónicas Sintras, dois Leandros e três Rebecas. Sem desprimor para nenhum deles, claro...
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