Trinta e sete segundos. É isto que vale para a SIC António Sérgio, um dos monstros sagrados da rádio portuguesa, que foi voz off da estação e que morreu no sábado à noite. A notícia foi conhecida ao fim da manhã de domingo e no principal noticiário, o Jornal da Noite, a SIC não conseguiu melhor do que umas imagens durante 37 segundos. O homem de A Hora do Lobo nem sequer teve direito a uma peça, nem a um directo da Basílica da Estrela onde foi o velório, nem a imagens da cerimónia, nem um depoimentozinho dos amigos. Nada. Trinta e sete segundos com imagens de arquivos e um texto banalíssimo lido por Maria João Ruela, a pivô de serviço. Miserável!
Em rigor, a RTP1, de quem, por ser estação de serviço público, se esperaria mais, não fez muito melhor. O serviço público que Sérgio prestou à divulgação da música portuguesa mereceu um minuto e meio. Peça correcta, com dois depoimentos e imagens dos amigos na Basílica, mas longe da importância que uma carreira de 40 anos na rádio justificava.
Nos principais jornais televisivos (não vi os jornais das 13.00), a TVI foi quem esteve melhor. Peça de três minutos, referências à carreira na rádio e como produtor musical e ao lançamento dos Xutos e Pontapés, depoimentos de homens da rádio, amigos e colegas, imagens do corpo a chegar à Estrela e reportagem no exterior da basílica.
Esta comparação vale, evidentemente, o que vale. Mas é importante para memória futura. Até para que, de uma vez por todas, se deixe de olhar para a informação da TVI com aquele sorriso de troça habitual...
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