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Por esta altura, contam-se as últimas histórias: uma câmara que mudou de mãos, um presidente que a população castigou, um candidato que matou o marido de outra, uma autarca quase tão velha como a própria República. Se Manuela Ferreira Leite cair, ainda teremos um pequeno balão de oxigénio: a inevitável candidatura de Passos Coelho, os pedidos de uma vaga de fundo em torno de Paulo Rangel, o olhar ao mesmo tempo distante e próximo de Rui Rio, Santana Lopes andando por aí. Depois, no entanto, acabou-se. As presidenciais vêm longe, os referendos europeus não mobilizam ninguém. É preciso encontrar outro tema.
A política vende? Vende. A informação vende, o futebol vende - e a política, hoje em dia, tem tanto de um como de outro. O ano de 2009, aliás, foi um fartote: três eleições em cenário de recessão global - a certa altura parecia que o próprio futuro da humanidade se jogava entre Rangel e Vital Moreira, entre Sócrates e Ferreira Leite, entre Costa e Santana Lopes. A TV, claro, explorou-o até ao limite: às vezes mal, outras bem - e outras ainda muito bem, com meios cada vez mais espectaculares. E, porém, acabou-se. Acabou-se, as apostas de programação da rentrée foram fraquíssimas - e, ainda por cima, não tarda começa a chover.
Ocupamo-nos com o quê, então? Pois vinha mesmo a calhar um escândalo judicial, que de resto é nesta altura (como nos ensinaram os juízes italianos) que se devem anunciar. Senhores procuradores, não haverá por aí nada pronto a sair?
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