Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias. Quer isto dizer que são 20:00 horas e os resultados das autárquicas estão a ser divulgados. Daqui a uma hora não perca o Protagonista.
A natureza do discurso político raramente corresponde à realidade dos critérios jornalísticos. Os candidatos a cargos públicos reivindicam sempre dos órgãos de comunicação social atenção total. No que toca a televisão, toda a gente quer tempo de antena, porque se sabe que é na caixinha mágica que se ganha o palco mediático. Mas há depois os célebres critérios jornalísticos. O tempo em televisão é finito (tal como as páginas dos jornais) e o critério jornalístico não é, nem pode ser, idêntico às expectativas eleitorais de cada político.
Os candidatos dos pequenos partidos, mesmo os que nem têm expressão eleitoral, têm o direito de expor os seus pontos de vista, as suas ideias e projectos? Naturalmente. Quem decide nas redacções tem a obrigação de os colocar em pé de igualdade com os outros candidatos? Não. Não. Não. Pode ser cruel, mas não. Pode ser democraticamente injusto, mas o candidato de um partido que teve 20 mil votos nas legislativas não pode esperar que a televisão (e os jornais e a rádio, já agora...) lhe dê tanto tempo de antena como o candidato de um partido que teve 200 mil. O problema é, pois, insolúvel. As redacções não se comandam por decreto, antes pelo respeito pelas opiniões dos eleitores. E os eleitores já fizeram essa discriminação positiva.
Em todas as eleições esta problemática é discutida. E agora que chegamos ao fim de um ciclo de dois sufrágios num mês, é justo perceber que nunca os problemas do País e das autarquias tiveram tanto destaque. E nem tudo foram soundbytes, ao contrário do que muitos fizeram querer.
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