Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias:
Ídolos é cómico. Ídolos é trágico. Ídolos é comovente. Ídolos é humilhante. É por ser isso tudo junto que Ídolos liderou as audiências no domingo. A estreia da terceira temporada do programa, depois de um interregno de cinco anos, não podia ter corrido melhor à SIC. A expectativa gerada em redor do jogo era muita e, convenhamos, não defraudou. Uma vez mais, o casting de cantores e aprendizes parece ser muito bom - e aí reside grande parte do mérito do programa. Depois, o formato está muitíssimo bem produzido, com montagem eficaz que agarra o espectador. O júri continua a ser exigente, mas é agora menos bruto. Ou melhor, é bruto como as casas, mas não é gratuito, e isso é positivo. Quanto aos apresentadores, Cláudia Vieira apareceu melhor do que Manzarra. Ainda assim, ela tem de se soltar mais, coisa que com o tempo acabará por acontecer. Ele parece infeliz em alguns registos, tentando ser cómico. A tirada "olhó marmanjão a chorar. Vá lá, a mamã faz um bifinho ao menino", dita em voz off, quando se via um concorrente de 1,90 metros a chorar copiosamente depois de ter sido corrido em osso pelo júri, é de uma violência sem fim, uma humilhação sem sentido. Pedro Granger e Sílvia Alberto, há cinco anos, eram uma espécie de irmãos mais velhos. É esse o registo capaz de criar afectividades entre o público e a e a estação.
No essencial, porém, Ídolos está lá. E basta ver a curva de audiência ao longo do programa para perceber que, começando com 20 e poucos pontos, o concurso acabou acima de 40. Esta bola de neve vai funcionar. Vejamos até quando.
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