27 de agosto de 2009

Notícias - "Conta-me como foi" com futuro incerto


Germinou no pequeno ecrã a propósito da celebração do 50.º aniversário da RTP. Ontem, quarta-feira, anunciou-se o fim das gravações dos episódios que chegarão à antena na "rentrée". Terminará aqui o "Conta-me como foi"? A RTP ainda não decidiu.

A ficção que retrata o Portugal amordaçado, revisitando os tempos do Estado Novo, vai encerrar uma etapa da sua carreira televisiva, justamente com o 25 de Abril como pano de fundo para a despedida. O director de Programas da estação pública, José Fragoso, anunciou ontem que a decisão quanto à continuidade da série está em aberto. Será tomada na Primavera de 2010. Até porque, a trama "viverá na grelha da RTP1, existindo 48 episódios originais".

Interrogado quanto à sua vontade pessoal, o responsável foi peremptório em dar um "sim" como resposta. Todavia, "tem de ser avaliado o desafio dramático ou narrativo que implicará um argumento nosso, tendo em conta que a partir dessa data, a história portuguesa e espanhola sofreu uma bifurcação, desencontrando-se".

Saliente-se que "Cuéntame cómo pasó", nome da versão precursora da trama, que debutou no país vizinho, tem garantidas 13 épocas na TVE. A família Alcántara, a partir da qual os Lopes foram decalcados, com a soma das devidas idiossincrasias lusas, surgiu em 2001, granjeando um êxito ímpar durante as dez temporadas, as previstas pelo que se estende, remontando já para os anos 80.

Ora, por cá, a prossecução das aventuras de Carlitos, o benjamim daquele clã da classe média baixa lisboeta, não se sabe ainda se passará no crivo do canal do Estado, apesar da colecta de aplausos colhida ao longo das fornadas de capítulos exibidos, sendo que os próximos se deverão inaugurar em antena na "rentrée", embora concluídos na madrugada de ontem: dia em que a extinção das gravações se assinalou com uma festa de rua gizada para um adeus, que não é claro se terá depois.

Com cheiro a chouriço a pairar no ar, outras iguarias de adornos alegóricos ao estilo dos anos 70, e actuação de estrelas de então como António Calvário, o casal de protagonistas manifestou opiniões diversas. Miguel Guilherme disse que este "é o momento ideal para que a série acabe". Rita Blanco defende que faria sentido prosseguir em virtude "da riqueza de que os anos 80 se revestem".

Fonte: Jornal de Notícias

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