23 de agosto de 2009

Fecho


Boa noite, fechamos por hoje com uma crónica de Nuno Azinheira retirada do Diário de Notícias:

Disparates de Verão

O que são disparates de Verão? Segundo José Sócrates, são coisas com as quais não vale a pena perder tempo. Que nem merecem comentário. Não concordo. Aqui vão dois exemplos que merecem comentários.

1. "Nélson Évora falhou hoje a medalha de ouro nos Mundiais de Berlim." Foi desta forma que a televisão noticiou o feito do atleta do Benfica, vice-campeão do mundo no triplo salto. Um disparate. Falhou? Mas porquê? Estava obrigado a ganhar sempre? Quer dizer, o País é o que é, medíocre na generalidade das suas áreas de actividade, mas obriga um atleta de alta competição a ser o melhor de todos. Nélson Évora já foi campeão olímpico, já foi campeão do mundo, desta vez foi apenas vice-campeão. Não foi vice-campeão da sua rua, nem do seu bairro. Foi do mundo inteiro. Mas mesmo assim, para os portugueses, falhou. Está certo...

2. "Gostava que as pessoas tivessem mais respeito por mim. Já se esqueceram que eu joguei pela selecção no dia a seguir ao meu pai ter falecido." Os disparates tocam a todos. Mesmo aos melhores do mundo. Ronaldo não conseguiu resistir. Infla-mado pelo que ouviu, picado pelo jornalista da SIC, não resistiu. E toca a zurzir em Madaíl e Queiroz. Um disparate. Quer um, quer outro, tinham criticado apenas a forma como o Real Madrid alimentara a especulação em torno da natureza da gripe de Ronaldo. Mas tudo o que cheira a polémica é venerado pelos jornalistas. A televisão investiu no disparate. Melhor, alimentou o disparate. É do Verão, só pode...

Nenhum comentário: