1 de junho de 2011

Fecho


Fechamos o último dia do mês de Maio com mais uma crónica de Nuno Azinheira,retirada do Diário de Notícias.

Agora sim, foi de ouro!

Não fossem as cadeiras vazias aqui e ali, à medida que a noite ia avançando (a falta de educação dos portugueses é um clássico e não tem emenda), podia dizer-se que a XVI Gala dos Globos de Ouro, que a SIC exibiu domingo à noite, foi perfeita. Desta vez, entre ir ao Coliseu ou ficar confortavelmente em casa a ver a emissão, preferi a opção mais cómoda. E não houve tribo que me fizesse descolar do ecrã. Até as pipocas foram feitas ao intervalo...

Esta foi a melhor gala dos últimos anos. De longe. Bárbara Guimarães esteve magistral. Solta, sensual, divertida, bem disposta, correcta na condução da emissão. A plateia esteve glamorosa, cheia de gente conhecida, talentosa e que soube dignificar a iniciativa única da Caras e da SIC. Os momentos musicais foram bons, os tempos mortos foram poucos, a realização foi ágil e entrosada, os momentos de humor, a cargo da dupla-sensação de Laços de Sangue, de alto nível (apesar de alguns momentos embaraçosos, como os beijos de João Ricardo a Balsemão, ou quando o actor chamou "cangalho" a Lili Caneças, "uma velha a cair aos pedaços"). Até os textos lidos em teleponto tinham este ano mais graça do que nas últimas edições.

Televisivamente, portanto, o programa foi muito eficaz, conseguindo, aliás, uma audiência muito boa, com quase 50% de quota de mercado. Um serão que permitiu à SIC voltar a reconciliar-se consigo própria, numa iniciativa que, apesar de saudáveis tentativas, não tem paralelo em Portugal. Faltam, é verdade, os prémios de televisão, desaparecidos há quase uma década depois dos conflitos com a TVI. É hora de os fazer regressar ao Coliseu. Sem medos, sem ressentimentos, sem jogos sujos. Os Globos ganharão ainda mais credibilidade e respeito, naquela que é verdadeiramente a festa das artes e do talento em Portugal.

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