Muito boa noite. Em mais um domingo, "O Protagonista" não o deixa de fora! Hoje, os "Globos" estão em destaque, com a décima XVI Gala deste certame. Ao fim de dezasseis anos, será que o objectivo central do evento que reconhece o talento nas principais áreas da sociedade registou algumas alterações? Terá ele o objectivo principal da primeira edição?
Tudo isto, e muito mais, no "Protagonista" desta semana!
Já passaram dezasseis anos desde que se apostou na primeira Gala dos "Globos de Ouro". Em parceria com a revista Caras e com outras tantas marcas, o tão conhecido evento promovido pela estação de Carnaxide tem ganho um grande destaque ao nível comercial. Por outras palavras, e apesar de se reconhecer o talento nacional, a dedicação de tantos profissionais às várias áreas da sociedade, o interesse em captar audiências, em fazer "vender" as parcerias, acabou, a meu ver, por sobrepor-se aos valores inicialmente estipulados.
Nesse sentido, temos como prova deste facto a constante "Passadeira Vermelha" que antecede a gala propriamente dita. Mais importante do que as homenagens, o trabalho produzido durante um ano inteiro, está o glamour demonstrado pelas jóias, pelos vestidos, pelos sapatos, pelas malas, no fundo, pelo status que cada convidado tem na sociedade. Aposto mesmo que, na maioria dos casos, poucos são os que conhecem os nomeados, a razão pela qual estes podem levar um galardão para casa, e quais os marcos mais importantes duas suas carreiras. Assim, existe de certo uma maior preocupação em construir uma imagem perfeita, do que em pesquisar alguns dos trabalhos das verdadeiras estrelas da noite.
Infelizmente, este é o resultado de uma sociedade demasiada dedicada à imagem, ao físico, ao sentimento de se estar bem perante os outros. O reconhecimento do talento acaba assim por ficar para segundo plano na mente dos convidados, assim como dos próprios apresentadores e profissionais da estação de Carnaxide. Vejamos, por exemplo, o conteúdo da rubrica de Carolina Patrocínio em "Fama Show": qual o vestido a escolher para a noite deste domingo? Objectivo: visitar uma loja de marca, cara por sinal, e dar uma imagem de beleza, de elegância, sensualidade, e mais adjectivos que tenham em conta a exuberância.
Sou da opinião que a imagem é importante, sem dúvida. No entanto, não pode ser colocada no mesmo patamar que o do conhecimento dos feitos dos homenageados da noite.
O próprio facto de Júlia Pinheiro estar presente nesta gala não merece uma certa atenção? Uma das melhores apresentadoras nacionais, se não a melhor, vai estar sentada na primeira fila e, pelo que sei, poucos falaram dela nos últimos tempos. Com uma família SIC tão grande, o que tenho reparado em relação a esta "XVI Gala dos Globos de Ouro" tem sido, essencialmente, a imagem, a produção para o evento.
Por outro lado, os próprios nomeados para a categoria "Revelação" demonstram alguma falta de coesão. A que propósito Rui Porto Nunes se destacou no último ano? Sim, foi o protagonista de uma série que de horário nobre passou, inesperadamente, para as manhãs de fim-de-semana e, mais tarde, foi aposta da SIC Radical para a apresentação de "Curto-Circuito". Mas, até que ponto é que podemos denominar este percurso como uma "Revelação"? Confesso que concordo com a nomeação de Joana Santos, André Villas Boas e Aurea! Contudo, a aposta no namorado de Vanessa Oliveira nesta categoria apenas me transparece uma tentativa de fazer "vender o peixe de casa", promovendo uma espécie de "talento".
Por fim, não esqueço Bárbara Guimarães. Mais uma vez será a mulher de Manuel Maria Carrilho a anfitriã deste certame e, novamente, os estilista irão adornar o seu corpo com os melhores tecidos de alta costura.
Ao fim e ao cabo, é isto que vende. As pessoas querem ver o que os outros trazem vestido, mesmo sabendo que as roupas serão devolvidas às respectivas marcas quando regressarem a casa. É o poder da imagem, o poder da futilidade. O que pergunto é se esse será o objectivo dos "Globos de Ouro", mesmo sabendo que existe uma associação a uma revista do social. A minha resposta é, obviamente, negativa, e a sua?