16 de abril de 2010

Fecho

Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Nuno Azinheira, retirada do Diário de Notícias.
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"Granda nóia, pá!"

Eles prometem um magazine juvenil e eu tremo. Eles até podem ser bem-intencionados, mas não sabem nada de juventude: do que ela gosta, do que ela vê, das novas formas de comunicação adoptadas pelos sub- -30, da linguagem, das práticas e das ralações de quem começa a preocupar--se com namoros, com faculdade, com o primeiro emprego e com os primeiros filhos.

Num destes dias, encontrei o Eurotwitt, auto-intitulado um "magazine juvenil semanal, que fala sobre tudo o que se passa na Europa", para, diz a RTP, o segmento 15-30 anos. Carreguei no botão do REC, deixei a gravar e fui à minha vida.

É suposto um homem ou mulher de 28 anos ser tratado como juvenil? É suposto tratar-se por tu um adulto licenciado e pai de dois filhos? É suposto a linguagem ser folclórica e condescendente, acompanhada por uns trejeitos e uns arregalares de olhos, só porque se está a falar para... jovens?

Que ideia é esta de que a juventude tem de ser tratada como mentecapta? "São estas algumas das notícias extraordinárias sobre a Europa que vais ficar a conhecer em primeira mão aqui no Eurotwitt", diz-nos, entre muitos gestos, Carlota Crespo, a apresentadora de Eurotwitt. E que notícias extraordinárias são estas? "Os europeus estão a ficar loucos: inventaram uma nova forma de tomar café, põem chimpanzés a filmar e fazem exercício até cair para o lado."

O que deveria ser um programa para motivar jovens portugueses para a importância do Parlamento Europeu e para as vantagens da vivência no espaço comum é um programa de "notícias extraordinárias". Assim se passam 25 minutos na RTP2.

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