Boa noite. O Fecho de hoje leva até si uma crónica da autoria de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.
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Nem tudo é televisão
Todas as sextas-feiras, com o rádio no máximo, liberto o mesmo suspiro: "Quem dera à televisão portuguesa ter um debate humorístico com metade da qualidade, da graça e da liberdade de espírito deste…" Refiro-me, naturalmente, a Governo Sombra, da TSF, programa de Carlos Vaz Marques que junta Ricardo Araújo Pereira, Pedro Mexia e João Miguel Tavares para, a pretexto dos temas da semana, fazer humor e alargar os horizontes daqueles a que se começa a chamar "os novos géneros" do jornalismo.
E, no entanto, funcionaria em televisão? Provavelmente não. Por um lado, Carlos Vaz Marques, que é brilhante na rádio (e mesmo em jornal), não se saiu especialmente bem na sua experiência na SIC Mulher, resistindo a fazer entrevistas aos gritos (como parece que os espectadores de televisão preferem) e deixando que a câmara o apanhasse demasiadas vezes a olhar para as notas que tinha à frente (como parece que os espectadores de televisão não toleram). Por outro, os três comentadores não estão necessariamente todos talhados para o pequeno ecrã: Araújo Pereira tem muita experiência em TV (e não consta que não goste de trabalhar no meio), mas Tavares não - e Mexia, tendo alguma, claramente não gostou da sua passagem por Eixo do Mal (SIC Notícias).
Mas, sobretudo, é difícil acreditar que aquela frescura pudesse ser reeditada em televisão, apesar da imagem, apesar dos papelinhos que cada um teria à frente, apesar da amplificação que a TV faria das suas palavras e apesar das muitas tentativas de condicionamento de que elas imediatamente seriam alvo. Queira-se ou não, a rádio continua, hoje, um espaço de especial liberdade. Apesar da pouca audiência. Ou precisamente por causa dela.
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