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A preferência da televisão por cabo não é só coisa das elites. Em Lisboa e Porto, o cabo lidera no universo total.
A subida do cabo é galopante e irreversível. A tendência deve preocupar os programadores da televisão generalista. Primeiro, porque maior audiência trará irremediavelmente maior investimento publicitário. E, como o bolo é finito, investir mais no cabo significa investir menos na TV generalista. Daí que os operadores principais procurem diversificar a oferta nas plataformas alternativas. A SIC, por exemplo, acaba de ver aprovado pela ERC o lançamento do SIC Kids, uma área em que a programação de Carnaxide historicamente sempre foi forte.
Mas esta subida do cabo, que faz, por exemplo, com que na Grande Lisboa e no Grande Porto os canais de cabo juntos já sejam líderes, à frente de TVI, RTP ou SIC, reflecte ainda outra tendência: cada vez são mais os espectadores que já não se revêem na programação de sinal aberto, assente em talk shows, novelas, concursos e séries.
Não se trata de opções de uma classe bem pensante e das elites, como escrevi na minha última crónica. Não, neste momento, essa tendência é transversal. Em Lisboa e no Porto, todos os espectadores (sejam das classes A/B ou da D) revelam essa transferência. Se os juntarmos todos, já há mais de um lado que do outro. Mas, mesmo nas outras regiões, a subida do cabo oscila entre os quatro e os seis pontos percentuais no espaço de 11 meses.
A televisão generalista não soube mudar a tempo, apesar de todos os avisos. Agora, vai ser obrigada a mudar. O que é sempre muito pior.
2 comentários:
HOJE NAO OUVE REVISTA DE IMPRENSA! ...
É verdade. Amanhã retomamos esteja descansado!
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