Boa noite, O Fecho de hoje incluí uma crónica de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias:
A introdução do tema dos vampiros em Morangos com Açúcar é uma ideia previsível, mas não deixa de ser uma boa ideia. Preocupada com as audiências, só com as audiências e com nada mais do que as audiências, a TVI percebeu muito bem que se trata do tema do momento. Mesmo em Portugal há, por esta altura, toda uma geração que a si própria se intitula "crepusculiana", em referência à saga Twighlight, de Stephenie Meyer (que, por seu lado, aliás, é tão "vampiriana" como L. J. Smith ou Charlaine Harris, outras best-sellers globais). E, embora Alex, o vampiro dos Morangos, provavelmente não seja mesmo um vampiro, mas apenas um rapaz com um desgosto de amor determinado a gozar com a cara de toda a gente, não duvido de que ajude às audiências da nova temporada.
Mas não nos deixemos enganar: os vampiros são muito mais do que isto. Em Crepúsculo, sim, são isto e pouco mais: uma metáfora para o sexo (com o engenhoso golpe de colocar esse sexo no século XXI e entre adolescentes, cheio de beleza e de vigor, em vez de, à maneira de Bram Stoker, na bafienta Londres do final do século XIX, meio luxo vitoriano e meio "barriga da besta", como lhe chamou Jack London). Na grande literatura vampírica, misturam-se quase todas as dualidades que importam, incluindo aquelas que opõe os homens a Deus, os homens aos animais, o progresso à incivilização, os vivos aos mortos e nós próprios aos outros. Morangos com Açúcar nem sequer faz ideia do que tudo isso é.
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