A reinvenção dos Gato
O desafio que os Gato Fedorento colocaram a si próprios (ou a SIC a eles, não interessa) é um enorme risco. Mas é também, em simultâneo, de uma enorme coragem. E isso deve ser valorizado. Só gente profissional e de talento consistente se aventura neste momento em que a televisão se assemelha a uma máquina trituradora. É esse o risco: é verdade que a política está em alta (basta ver as audiências surpreendentes da maioria dos frente-a-frente entre os candidatos às legislativas), mas os Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios não será, ao que julgo saber, um programa clássico de humor como o que os autores já fizeram, e bem, no passado. Ao introduzir na análise política uma componente humorística e de inteligência mordaz, os Gato têm uma boa oportunidade de "explicar" porque constituem o mais sério caso de humor em Portugal.
Para Ricardo Araújo Pereira e companhia seria, porém, muito mais cómodo voltar a fazer o que já provaram saber fazer bem. Este corajoso exercício de reinvenção do seu humor é saudável e um sinal de que o quarteto sabe em que mundo vive. No muito disputado palco mediático de hoje em dia, em que a concorrência é muita e vem de todos os lados, já nada dura como antigamente...
Nenhum comentário:
Postar um comentário