19 de setembro de 2009

Fecho


Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma crónica da autoria de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.

Presente envenenado

Não era preciso Júlio Magalhães ter anunciado que se havia aconselhado com a família: toda a gente sabia, desde o início, que ele queria chegar a director de Informação da TVI. Já quando se falou na necessidade de chamar a Queluz os principais nomes da estação após o escândalo Moura Guedes, ele foi um dos poucos (se não o único) a admitir essa hipótese. E, se em Portugal essa assumida vontade de progredir na carreira é mal vista, é Portugal que está errado. Ainda bem que Júlio estava interessado, que está entusiasmado e que se sente preparado.

Se efectivamente estará preparado, é outra coisa. Porque Júlio Magalhães, tal como o descrevem os amigos à imprensa, é um homem de bom feitio, conciliador e incapaz de dizer não. Ora, esse parece ser exactamente o perfil oposto àquele de que a TVI precisa agora. Perante uma redacção aos tiros, a TVI provavelmente nem sequer precisava de um jornalista: precisava de um talhante. Quem conhece as redacções sabe-o bem: nomear alguém notoriamente capaz de cortar cabeças, às vezes, é a melhor forma de evitar ter de cortá-las. E Júlio, que é sobretudo um bom jornalista, vai precisar de esforçar-se muito por conseguir forjar essa imagem.

Entretanto, aliás, continua por esclarecer em definitivo o tipo de estrutura a implantar em Queluz. Dois directores com um director geral por cima? Dois directores e um deles mandando no outro? Ou dois directores apenas - e com iguais poderes? Talvez "Juca" devesse ter esperado para ver.

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