18 de agosto de 2009

Fecho


Boa noite. O Fecho de hoje incluí uma rubrica de Joel Neto retirada do Diário de Notícias:

Do céu cai uma estrela

Está encontrada a primeira estrela da nova temporada televisiva: Jorge Jesus. Em ano de depressão, já se sabe, é assim: viramo-nos para o Benfica (como reconheceu um dia o sportinguista Durão Barroso). Ora, este ano não há só depressão: há epidemia de gripe também. Portugal, aparentemente, precisa mesmo do Benfica. E o Benfica fez a primeira parte da tarefa: contratou treinador e uma série de jogadores novos.

Jornais, rádios e sites passaram a tratá-lo como se de um imperativo nacional se tratasse. Como se fosse a selecção. E as televisões, naturalmente, fizeram o mesmo. Com ou sem o directo do Benfica-Marítimo, não houve estação que não dedicasse ao jogo deste domingo pelo menos um debate e três ou quatro "vivos" antes, mais outro debate e três ou quatro "vivos" depois. Quem chegasse no fim-de-semana a Portugal, não percebia só que os jornalistas são maioritariamente do Benfica: percebia que os portugueses o são também.

No fim, e como as coisas não correram bem, foi preciso varrer as frustrações para algum lado. Pagou o árbitro - e, se fora caixa de ressonância da euforia original, a televisão tinha necessariamente de ser amplificador desse ajuste de contas também.São as regras do jogo. Mas vale a pena conferir se o Benfica de Jesus tem mesmo arcaboiço para levar a nossa retoma anímica às costas. Se não tiver, vamos passar o ano a crucificar árbitros - e no fim, não restando mais árbitros, crucificaremos a nossa nova estrela.


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