O responsável pela Informação da RTP, José Alberto Carvalho, rejeitou ontem, quarta-feira, a acusação de que existe a intenção de silenciar o PSD, baseadas no relatório sobre o pluralismo político-partidário elaborado pela Reguladora.
O documento, recentemente divulgado, diz que em 2008, o PSD foi sub-representado nos blocos informativos diários da estação, tendo como padrão valores referência calculados com base na representatividade eleitoral. Dos 27,6% do tempo estipulado, a percentagem que coube a esta força partidária foi de 18,6%.
"A observação de quotas impede-me de cumprir com insenção e objectividade aquilo a que sou obrigado pelo Código Deontológico dos Jornalistas", sublinhou José Alberto Carvalho, manifestando-se contra o modo como estes dados foram apurados. "Não concordo com o modelo de medição de notícias políticas que atribui valores de referência pré-fixados em função dos resultados das eleições anteriores".
O director negou qualquer intenção de silenciar o PSD, considerando a acusação "ofensiva para os profissionais da RTP".
Para o demonstrar, José Alberto Carvalho citou os dois últimos relatórios anuais da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), referentes aos anos de 2006 e 2007, onde o PSD aparece nos primeiros lugares da contabilidade das notícias da RTP, por os critérios utilizados nessa avaliação recorrerem a outras variáveis, fazendo notar que os valores referência da ERC não são uma obrigação que a operadora de serviço público tem de cumprir.
Porém, a justificação não convenceu o deputado do PSD Agostinho Branquinho, autor do pedido de audição. "O director de Informação não conseguiu encontrar uma justificação plausível. Não se trata de estarmos de cronómetro na mão. Somos o único partido que, nos últimos três anos, esteve sistematicamente longe dos valores referência em relação aos outros partidos".
A representatividade dos partidos nos programas de informação, mais precisamente, no "Prós e contras" foi outra das questões colocadas. Pedro Mota Soares, do CDS-PP, recordou que em 2008 aquele partido não teve nenhum convidado no painel. E o comunista Bruno Dias lamentou a presença de apenas um representante no programa. O director disse que dos 446 convidados no ano passado apenas 32 foram políticos, para demonstrar a presença de outros intervenientes nas emissões.
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