Responsáveis das três televisões generalistas portuguesas são unânimes: parcerias entre empresas de telecomunicações e produtores de conteúdos vão marcar o mercado a curto prazo.
Solução, caminho, plano ou jogo estratégico. O nome dado varia de gestor para gestor, mas a grande mudança que se avizinha no mercado dos media é consensual: parcerias entre gestores de infra-estruturas (empresas de telecomunicações) e produtores de conteú- dos (meios de comunicação social). Esta é uma das conclusões que se pode retirar das intervenções dos três representantes dos canais generalistas que participaram no painel sobre "Media Tradicionais e New Media", integrado na conferência Predictions & Broadband Sumit, organizado pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Telecomunicações (APDC).
Partindo das tendências traçadas pelo estudo TMT Predictions - Portugal 2009/2010, da Deloitte, e da revisão em baixa das previsões do investimento publicitário para 2009 e 2010 divulgadas pelo Omnicom Media Group, foram traçados alguns cenários futuros e apontados constrangimentos ao desenvolvimento da actividade.
"O caminho passa pelas parcerias entre os distribuidores e os produtores de conteúdos", referiu Bernardo Bairrão, administrador da Media Capital, grupo que há duas semanas não vendeu 30% do seu capital à PT por causa do veto do Executivo de Sócrates. No entanto, como fez notar, "as parcerias não têm de passar apenas pela participação de capital".
Por outro lado, "os reguladores também vão ter de ajudar na transformação dos media face aos novos desafios", afirmou, citando o caso espanhol. Esta questão também foi referida por Francisco Maria Balsemão, que lembrou a Lei do Pluralismo, vetada pelo Presidente da República, que coloca dificuldades a possíveis parcerias.
Destacando o facto de a imprevisibilidade da economia condicionar os planos de reestruturação das empresas, afirmou que "com a implantação das redes de nova geração e o previsível crescimento da televisão paga (IPTV), é necessário produzir conteúdos para lá colocar, o que leva tanto as empresas de telecomunicações como os media a terem que pensar num plano estratégico".
Guilherme Costa, presidente da RTP, falou dos constrangimentos que a estação pública tem em mudar o seu modelo de negócio, pelo facto de ser serviço público. De qualquer forma, adiantou que a aposta da RTP, para além do novo modelo operativo digital, passam pelos direitos de propriedade intelectual e ainda pela capacidade de gestão de talento e novas redes de produção de conteúdos. Luís Mergulhão, presidente do Omnicom, também defendeu que "a solução passa por parcerias entre tecnológicas, gestoras de infra-estruturas e produtores de conteúdos".
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