RTP1 estreia novos episódios de "A guerra"
A RTP1 estreia na próxima quarta-feira a segunda fase de "A guerra", o documentário da autoria de Joaquim Furtado. Os novos episódios incidem sobre o período de 1964 a 1970. A terceira série está em produção.
Segundo o autor, não há grande diferenças entre este formato e o anterior já que se trata de um projecto de continuidade. E tal como no primeiro serão "reveladas muitas informações novas e clarificadas outras menos novas", como a utilização de napalm ou as negociações entre as forças armadas portuguesas e a Unita. Questões que eram "sussurradas" mas que agora são assumidas nos depoimentos.
Para esta nova temporada de nove episódios, que vão para o ar dia 11 de Março às 21.30 horas, contribuíram pessoas que contactaram com Joaquim Furtado já depois dos primeiros documentários terem ido para ar entre Outubro e Dezembro de 2007.
"A série conseguiu, à sua maneira, desbloquear muitas matérias relativas à guerra colonial. Ex-combatentes com memórias dolorosas foram estimulados a contá-las porque ouviram outros relatos", explicou durante a apresentação dos novos programas.
Além das imagens, o autor recolheu mais de 600 horas de depoimentos de ex-combatentes e de pessoas ligadas aos movimentos independentistas dos três países (Angola, Moçambique e Guiné-Bissau) e, apesar de sublinhar que o essencial destas conversas integram as emissões, o material excedente poderá vir a ser utilizado em livro.
Mas até esse projecto se iniciar, Joaquim Furtado ainda tem em mãos a conclusão da série documental, "os quatro ou cinco anos" que se seguiram ao período agora retratado, que conta ter pronta "até final do ano". Um dos motivos que tem levado à demora na produção dos episódios foi a necessidade de se contextualizar os acontecimentos. "Dar às pessoas a informação do que se ia passando nos três territórios para terem uma visão de conjunto", revelou.
Em relação ao sucesso que a primeira parte do trabalho registou - distinguida no Festival de Televisão de Monte Carlo - Joaquim Furtado disse não estar surpreendido. "Uma das razões que me levou a fazer a série foi a noção de que os portugueses conheciam muito pouco desta realidade".
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