4 de janeiro de 2011

Fecho



Boa noite. Hoje, em fecho, trazemos-lhe mais uma crónica de Joel Neto, retirada do Diário de Notícias.

Parabéns, SIC Notícias

O 11 de Setembro e a queda de Bagdad. O tsunami do Pacífico e a onda mundial de solidariedade para com as vítimas do terramoto no Haiti. A bolha das novas tecnologias e a crise global. A consciencialização ecológica e a ascensão de Barack Obama. O êxito do Euro 2004 e o fracasso do Mundial 2010. Teve sorte, a SIC Notícias: dificilmente teria havido, desde a II Guerra Mundial (e mesmo tendo em conta a Guerra Fria), melhor década para começar.

E, no entanto, não se limitou a acompanhar a História, a SIC Notícias. Apesar da escassez de meios, fê-lo sempre com toda a competência possível. E, quando a competência não foi suficiente para mitigar a ausência de meios, ainda lhe restou o bom gosto. Bastou o aparecimento da RTPN, primeiro termo de comparação, para evidenciar aquilo que o lançamento da TVI24, anos mais tarde, só veio confirmar: como acontece na rádio com a TSF (excepção feita, neste caso, aos anos em que se ouviu Pólo Norte e João Pedro Pais), a SIC Notícias foi sempre uma casa de bom gosto.

 
Apesar das concessões feitas ao longo da década, tanto a nível de programação (Caras Notícias à cabeça) como de informação (o noticiário inútil acumulado em dez anos é incontabilizável), a SIC Notícias foi quase sempre elegante e foi quase sempre sofisticada. Nos jingles, no tom das vozes e nos separadores, na assertividade das perguntas, no prestígio da publicidade e na imagem em geral. Se alguma vez mereceu críticas, foi porque nada está isento de crítica. Grosso modo, foi sempre melhor do que toda a concorrência junta.

Ademais, a sua sobrevivência durante dez anos é uma lança em África. Até por isso a estação de Carnaxide merece os parabéns.

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